sexta-feira, abril 29, 2005

Ivo Ferreira e a Vocação Mundial de Portugal

Este caso em que um português está desamparado num país estrangeiro, sem sequer o estado português fazer algo para o ajudar, e o embaixador (que nem é nesse país) se queixar de falta de meios, é no mínimo aterrador.
Como é possível um país que supostamente se deveria orgulhar da sua vocação mundial de séculos, ter falta de meios nas embaixadas.
Acrescenta a isto o facto de o local em questão, o Dubai e toda a zona do mar vermelho, ter ligações históricas fortes com Portugal.
É vergonhoso, e demonstra que a nossa cultura está a ser delapidada, e consequentemente irá morrer, porque quem dirige os nossos destinos está a ceifar a portugalidade.
Além disso há algo de que nos orgulhamos (ou deveriamos) e que não está a ser bem tratado, que é o facto de dizermos e com alguma razão que há um Português em qualquer recanto do mundo.
Depois o que se vê, é a hipocrisia de um Ministério dos Negócios estrangeiros, que apenas age após os média darem conta do assunto, e falsamente dizer que estava a "acompanhar o caso desde o início"
Eu digo, não atirem areia para os olhos das pessoas. É mais bonito admitir os erros ainda que inadmissíveis do que enganar as pessoas.
Temos de proteger a nossa gente, de trabalhar para ela. É esse o dever de um estado.
A própria influência de Portugal no mundo tem-se perdido, não apenas devido a factores económicos, mas principalmente na demissão por parte dos governantes de cumprir os desígnios criados desde há séculos pela nossa gente.
É uma vergonha o que estes portugueses no poder de hoje, fazem aos portugueses de outrora.

3 Comments:

At 3:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

em parte concordo... mas também é certo que em roma sê romano. Se aquele povo tem as suas regras por mais absurdas que sejam porque desafiar o mundo dos outros. Ou queremos ter todos como o Bush??? Impor as nossas regras por esse mundo fora só porque achamos que somos bons?!?!?!? Chega de colonialismo e de autoritaismo. O Dubai tem as suas regras, as suas leis, e para as mudarem tem de ser eles proprios a faze-lo. E quem nos garante que aquilo que sabemos pelos media é a verdade pura??? Nestas operações o silencio é o segredo...

 
At 3:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Cruzei-me hoje com este blog, de gente que, como eu, saíu do curso de Jornalismo de Coimbra...
Apesar de não ser muito do meu feitio deixar comentários em blogs, não resisto.
Porque essa dos desígnios criados desde há séculos... Se temos, de facto «um Português em qualquer recanto do mundo», é porque desde há muito que desrespeitamos outros desígnios, como sejam ou da liberdade ou da igualdade, e "obrigamos" os nossos a emigrarem.
E isso não acontece só agora, acontece, acho que o autor deste post discordará, mas é por isso mesmo que o escrevo, desde os tempos da Monarquia!
Já agora, gostava de saber a opinião de alguém que é capaz de escrever coisas como as que foram escritas neste post, se o caso em questão envolvesse um cidadão saudita e se passasse território nacional...

 
At 3:30 da tarde, Blogger Braveman said...

Respostas:
Post1: Certamente que qualquer país tem direito a ter a sua vivência, a sua cultura, as suas regras. Podemos no entanto ajuízar como boas ou más essas regras (obviamente sobre o nosso ponto de vista). Eu certamente neste post não fiz juízos de valor acerca das regras do Dubai mas sobre a politica externa Portuguesa.
Quanto ao facto de anónimo pensar que o que passou nos média não é a verdade toda e que o ministério estaria a trabalhar eu pergunto? O que poderá fazer um embaixador que representa Portugal em 6 países e os únicos funcionarios que existem na embaixada é o motorista do embaixador?!

Post2: Começado pelo fim. Eu acredito sinceramente na igualdade entre os povos (sem demagogia). Mais uma vez, eu não critico as leis e regras do país em questão. Acredito sim que as pessoas têm direitos básicos, seja um saudita em Portugal, na Birmânia ou seja lá onde for. se um estrangeiro fosse mal tratado em portugal eu estaria contra as regras e tratamentos proporcionados pelo nosso país.

Quem conhece minimamente a história de Portugal, sabe concerteza que foi o nosso povo que abriu os caminhos da universalidade e da comunicação verdadeiramente global. Os desígnios de que falo, são os da comunicação intercultural e desígnios da convivências entre povos.
Cometemos erros nos descobrimentos?
Claro.
Excessos?
Claro
Mas quem olhe atentamente e compare a nossa expansão ultramarina com outras verá que fomos o único colonizador a preferir integração ao domínio bruto e absoluto (talvez por sermos poucos, talvez). Na Ásia então, sempre fomos um parceiro e não um dominador.

Realmente sinto que muitas vezes os emigrantes sairam maltratados do nosso país. É uma pena que não consigamos como sociedade evoluir de uma forma positiva acentuada.
Mas a própria expansão ultramarina foi uma busca por algo melhor. Não será o ser humano infinitamente insatisfeito?

 

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