segunda-feira, julho 25, 2005

Portugal - Espanha

Deixo uma "pérola" que espelha a nossa visão das relações com "nuestros hermanos".


"Viajavam no mesmo compartimento de um comboio, um português, um espanhol, uma loira espectacular e uma gorda enorme. Depois de uns minutos de viagem, o comboio passa por um túnel e ouve-se uma chapada.
Ao saírem do túnel, o espanhol tinha um vermelhão na cara.
A loira espectacular pensou: ... este filho da mãe do espanhol queria-me apalpar, enganou-se, apalpou a gorda e ela deu-lhe uma chapada.
A gorda enorme pensou: ... o filho da mãe do espanhol apalpou a loira e ela mandou-lhe uma chapada.
O espanhol pensou: ... este sacana do português apalpou a loira, ela enganou-se e mandou-me uma chapada.
E o português pensou: ... oxalá venha outro túnel para poder mandar mais uma chapada ao cabrão do espanhol..."

segunda-feira, julho 11, 2005

Odd Same World

Pedantismo, lúxuria, um certo umbiguismo. Em última análise há em tais desígnios um mal patológico dos portugueses que pode explicar muitas das fragilidades com as quais o país se confronta.
Em última instância, o que importa é sempre a condução do bem geral para o plano mínimo da interpelação dos actos: o do individuo que sou e que faço, o da minha figura, o dos meus desígnios e projectos, o plano sempre necessitado do meu bolso e do meu brilhantismo.
É como se os portugueses, mastigando ao de leve o remorso judaico-cristão, tivessem acordado um dia com vontade de abandonar a humildade numa esquina do mundo (de forma a que ela não mais os encontrasse) e alimentassem por si próprios a doce mitificação da superioridade de si próprios.
Por um lado, compreende-se . As espécies sobrevivem quando se apresentam como mais fortes nalguma coisa.
O mesmo acontece com os povos; o povo dinamarquês não precisa de falsas induções de superioridade porque beneficia dos mais elevados índices de qualidade de vida e esse factor, por si mesmo, garante uma margem de estabilidade, um rasgo de orgulho, um sentimento de partilha. Não é preciso inventar muito, pois, na Dinamarca. Basta que se viva.
Sem tão preementes razões para assacar ao quotidiano princípios naturalmente agregadores ou geradores de tão largo consenso, tão suave concórdia ou tão empírico orgulho, os portugueses tendem a dispersar a demanda do desígnio de uma certa " superioridade dos povos", de toada não bélica e quase animista, em factores de dispersão como sejam o futebol, como sejam a excelência dos festivais de Verão (com a organização pretérita e futura de um "Rock in Rio Lisboa" ou de tudo quanto seja festival em qualquer lugar onde o diabo poderá ter perdido as botas) ou a qualidade das praias do Algarve ou a para sempre reiterada qualidade da organizaçao do Euro 2004.
De esmolas vai vivendo o orgulho da nação. E quando não vive de esmolas, algo mesquinho acontece, com o português idiotizado a substituir o desígnio inexistente da superioridade do país pela auto-superioridade consubstancializada numa linearidade egocêntrica, quase tão sofismática como o culto da personalidade.
E nada é mais pérfido que ouvir alguém insinuar a excelência do seu próprio trabalho, a expandir nas suas próprias palavras o seu próprio brilhantismo ou a vender-se a si próprio como quem vende um produto de qualidade comprovada.
Quando um jornalista opta por essa estratégia (um certo e-mail que naufragou na mailing list do Instituto de Estudos Jornalísticos tendo por móbil o programa "Clube dos Jornalistas" desta noite) é sinal de que algo vai mal no reino da Dinamarca e irremediavelmente mal nesse canto de presunção etérea em que Portugal se tornou.